Horário de almoço, crianças saem da escola municipal,
peruas, mães segurando a mão de seus filhos, a rua outrora silenciosa ganha
sons de vida, cheiro de comida, hoje o bife exalava aroma apetitoso ou, como
diz meu pequeno Arthur de 2 anos, “que delicia”. Ele não me acompanhava, estava
na companhia da minha Isa, indo para casa da “Tia Nane”, brincar com os gêmeos,
seus primos. Sobre e desce calçadas, ela cita a beleza de uma casa verde, fala do
portão pequeno e segue observando detalhes do bairro. Minha Isa com sua visão
aguçada e passos pensantes.
Gosto de andar por ruas e ver que há uma linha entre
permanência e mudança. Alguns jardins só cresceram, outros desapareceram.
Algumas fachadas foram pintadas realçando seus traços, outras casas derrubadas,
e nossa memória tece conexão entre tempo e paisagem, nossas lembranças flutuam ao sabor dos retratos cotidianos, surge recordações com perfume de saudade, e os passos seguem no ritmo aprendiz que marca as diferentes estações
do clima e de nossa passagem...
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